terça-feira, 6 de março de 2007

As transformações técnico - cientificas, econômicas e políticas.

1- Revolução tecnológica: impactos e perspectivas

A aceleração das transformações técnico-cientificas acarretam mudanças econômicas, sociais, políticas, culturais e educacionais. A ciência e a técnica estariam assumindo o papel dos trabalhadores em relação à força produtiva. Portanto essa revolução é responsável por amplas modificações de produção, dos serviços e das relações sociais.
A revolução tecnológica ou Terceira Revolução Industrial é marcada, entre outras, pela energia termonuclear, que é responsável pelos avanços da conquista espacial, além de constituir importante fonte alternativa de energia.
A Terceira Revolução Industrial também é marcada pela revolução da microbiologia, que de um lado traz avanços benéficos, como o combate a bênçãos congênitas, de outro lado, há o risco de produção artificial de seres humanos, bem como a possibilidade de guerras bacteriológicas. E ainda há a revolução da microeletrônica, que nos rodeia mediante objetos de uso pessoal. Utensílios domésticos e serviços gerais, como caixas eletrônicos, jogos e destacadamente o computador, para muitos a invenção do século.Essa introdução de artefatos tecnológicos no cotidiano das pessoas vem promovendo alterações nos hábitos, formação de habilidades cognitivas, começa assim a fluir uma cultura digital.
Os campos atingidos com maior intensidade pela revolução da microeletrônica (especificamente pela informatização) com grandes reflexos econômicos, sociais e culturais foram à agricultura, industria e comércio, destacadamente o setor de serviços.
Importante também destacar a revolução informacional, que tem por base um espantoso avanço das telecomunicações, mídias e das novas tecnologias da informação, como a internet, que interliga usuários a um imenso banco de informações. Tais avanços tornam o mundo pequeno e interconectado por vários meios, informações circulam encurtando distâncias e reduzindo o tempo, como uma “aldeia global”. Esta revolução está na base de uma nova forma de divisão social e exclusão, pois de um lado, estão os que têm o monopólio da informação, de outro, os excluídos desse exercício.

2- Globalização e exclusão social

A globalização só se tornou possível graças exatamente a um sistema global, altamente integrado pelas telecomunicações instantâneas. Esse processo de aceleração, integração e reestruturação capitalista vem sendo chamado de globalização, ou melhor, de mundialização. De outro modo, a globalização pode ser entendida como uma estratégia de enfrentamento da crise do capitalismo e de constituição de uma nova ordem econômica mundial.
A globalização é visível, por exemplo, no processo de entrelaçamento da economia mundial. E é mais fortemente sentida e percebida em manifestações como: produtos, capitais e tecnologias sem identidade nacional; automação, informatização e terceirização da produção; implementação de programas de qualidade total e de produtividade; demissões, desemprego, subemprego; exclusão e crise social; diminuição dos salários; desqualificação do Estado e minimização das políticas públicas.Essas manifestações levam a crer que o homem parece estar condenado a acabar, em parte. Com o trabalho manual e assalariado.Por isso, já se apresenta o desafio de pensar uma sociedade em que não prevalecerá essa forma e relação de trabalho.
A globalização do sistema financeiro é outra das marcas típicas do processo de globalização da economia. Ela se expressa na crescente expansão dos fluxos financeiros internacionais, isto é, na livre circulação do capital.
Os países ricos ou primeiro-mundistas desempenham papel ativo na criação e na sustentação da sociedade política global, com especial destaque para a posição determinante do grupo dos sete países mais ricos do mundo (G7). As decisões desse grupo correspondem à cota de poder de cada país no interior do Estado global, desse modo essas potências mundiais têm conseguido: atender aos interesses do capital transnacional; controlar os riscos das sociedades globais; instalar um sistema de rápida advertência aos mercados emergentes de países do terceiro-mundo; impor uma hierarquia de poder transnacional; implementar as políticas neoliberais nos países terceiro-mundistas e disseminar a visão de mundo neoliberal, isto é, de uma sociedade regida pelo livre mercado.


LIBÃNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira; TOSCHI, Mirza Seabra.Educação Escolar: políticas, estrutura e organização, Ed. Cortez, 2003.