quinta-feira, 10 de maio de 2007

3 - Neoliberalismo: o mercado como princípio fundador, unificador e auto-regulador da sociedade

O capitalismo/liberalismo vem assumindo duas posições: a concorrencial e a estatizante, elas vêm orientando os projetos da sociedade capitalista-liberal de educação e de seleção dos indíviduos. A concorrencial defende a economia de mercado auto-regulável com as seguintes características: a livre concorrência e o fortalecimento da iniciativa privada, a eficiência e a qualidade de serviços e produtos e uma educação para as exigências do mercado. A estatizante tem a preocupação central de conteúdo igualitarista-social, tem o objetivo de efetivar uma economia de mercado planejada e administrada pelo Estado, promover políticas públicas e bem-estar-social, desenvolvimento mais igualitário e seleção dos indivíduos baseada em critérios naturais.
A partir dessas macrotendências aparecem dois paradigmas: o da liberdade econômica, da eficiência e da qualidade e o da igualdade. O primeiro paradigma é direcionado pelo liberalismo de mercado que prega a economia auto-regulável que prevê a minimização, principalmente ao que se relaciona aos serviços sociais, defende a competição. Esse paradigma vêm afirmando-se no mundo da produção, do mercado e do consumo, sendo perseguidos por todos os que querem se tornar competitivos em qualquer área. O paradigma da igualdade tem como principal característica a constituição de uma sociedade democrática, moderna e científica que garanta a liberdade, a igualdade de oportunidades, sociedade igualitária e a ampliação quantitativa do acesso à educação que garantiria a igualdade de oportunidades.
Dentro desses contextos podemos perceber que o ensino público vai ficando cada vez mais fragilizada frente ao ensino privado, como podemos perceber no filme "Granito de areia" que mostra a realidade do México na década de 70, os alunos da universidade tinham direito a alojamento, alimentação e garantia de trabalho quando concluí-se o curso, mas esse modelo de educação foi mudando aos poucos ganhando dando força à privatização.
A privatização não acontece de uma hora para outra, ela vai se infiltrando delicadamente. O filme mostra que o Estado começa a desconsiderar a escola, assim a comunidade passou a assumir contas como água, energia, reforma estrutural, etc; essa foi uma forma sútil de privatização.
Atualmente temos um exemplo semelhante que são os chamados "Amigos da Escola", ou seja, pessoas que fazem atividades que devem ser desempenhadas pelo Estado, e que com esse ato os amigos da escola contribuem para a desobrigação do Estado à escola pública. Também entram as multinacionais com um discurso de que estão dando apoio a educação e na verdade se tornam um modelo de exploração como a Ford e a Coca-cola, que visam mão-de-obra barata e trabalhador alienado.
Nesse sentido, os defensores do liberalismo social acreditam que somente por meio da universalização do ensino, seria possível estabelecer as condições de instituição da sociedade democrática, moderna, científica, industrial e plenamente desenvolvida.

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